segunda-feira, 22 de julho de 2013

Pequena flor (Cecília Meireles)

Como pequena flor que recebeu uma chuva enorme e se esforça por sustentar o oscilante.
 Cristal das gotas na seda frágil, e preservar o perfume que aí dorme.
 E vê passarem as leves borboletas livremente, e ouve cantarem os pássaros acordados sem angústia, e o sol claro do dia às claras estátuas beijando sente.
E espera que se desprenda o excessivo, úmido orvalho pousado, trêmulo, e sabe que talvez o vento a libertasse, porém a desprenderia do galho, e nesse temor e esperança aguarda o mistério transido  assim repleto de acasos e todo coberto de lágrimas

há um coração nas lânguidas tardes que envolvem a vida.



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