segunda-feira, 22 de julho de 2013

Chuva (Cecília Meireles)

A chuva chove mansamente ... como um sono Que tranquilize, pacifique, resserene.
A chuva chove mansamente ... Que abandono!
 A chuva é a música de um poema de Verlaine ...
 E vem-me o sonho de uma véspera solene, em certo paço, já sem data e já sem dono ... Véspera triste como a noite, que envenene A alma, evocando coisas líricas de outono ... Num velho paço, muito longe, em terra estranha, Com muita névoa pelos ombros da montanha .
 Passo de imensos corredores espectrais, onde murmurem velhos órgãos árias mortas, Enquanto o vento, estrepitando pelas portas, Revira in-fólios, cancioneiros e missais ...



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